16 novembro 2007

O diário da Joana (3)


Mais uma conversa inútil... Tentei conversar com ele, sem resultado. Disse-me que o que eu queria era livrar-me dele (?!!) Desculpas, pretextos, para fugir. Ele sabe que o adoro e que o amo loucamente. Mas isso não é suficiente para continuarmos juntos. Estou muito magoada, com raiva e até ódio pelas coisas que ele me fez, mas mesmo assim, continuo a amá-lo como há 11 anos, talvez até mais. Afinal os anos todos que passamos juntos e os nossos maravilhosos filhos só reforçaram o meu sentimento por ele. Ele disse-me que a Jacinta foi “carnal”. Isso dói muito porque significa que o nosso amor não bastou e que o sexo não era o que ele queria. Não entendo! Ele sempre me pareceu feliz com a nossa relação. Sempre me disse que eu era tão... enfim, não interessa, já não interessa... Sera que ele fingia gostar? Sempre ouvi dizer que isso nos homens é complicado. Por outro lado, não me sai da cabeça que geralmente se procura fora o que falta em casa. Ele foi tão grosseiro nessa ultima discussão. Disse-me que ela era “boa na cama”. Será que me disse isso só para me magoar?
Depois, volta e meia vem com conversas de que tudo acabou entre eles. Posso até acreditar nisso, mas custa-me demais lembrar que algo se passou entre eles. Ele não me podia ter ferido mais. Feriu-me muito. Expôs-me a tanta humilhação e vergonha à frente de todos. Traiu-me com uma pessoa tão baixa (todos sabem que não passa de uma “pechinguinha”) e nem sequer tentou ser discreto para preservar a nossa família, os nossos filhos.
Quanto à Lúcia, não sei que pensar. Essa até liga para a nossa casa. Se sou eu a atender, desliga. A que ponto chegamos!!! Há dias estavam uns amigos em nossa casa. Ela ligou e eu atendi. Como sempre, desligou o telefone. Ele gozou com a minha cara, à frente de todos, dizendo que o nosso telefone é muito inteligente porque quando atende a pessoa errada a linha cai. Deu largas gargalhadas e desejei que o chão me engolisse. Não sei como suporto tudo isso. Logo eu que sempre soube o que queria. Não entendo. Mentira, entendo sim. Apesar de tudo sei o que estou a fazer. Faço-o pelos meus filhos. Amo-os demasiado para os separar do pai. Ensino-os a amá-lo, respeitá-lo, quero poupá-los, não precisam saber que tipo de pai têm.
Já falei muito, gritei, briguei, chorei. Ontem a noite fui dormir no outro quarto. Dormir não, passei a noite em claro, pensei muito, chorei ainda mais, decidi que a única solução é a separação. As traições dele não param, não vão parar nunca! Os meninos vão crescer e vão aperceber-se disso, não vai ser bom para eles. Não é bom para mim. Sim,... A única solução é separar-me. Separar-me por Amor. Meu por ele, porque não suporto mais essas facadas constantes. Também por amor aos meus filhos, principalmente por eles, porque merecem ter uma mãe feliz, uma mãe que sabe o que quer e que não tolera esse tipo de situações. Sim, é o melhor que faço, separar-me dele enquanto é tempo.

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