18 dezembro 2007

Viagem no tempo (Praça Nova na Soncent)


Na semana passada aconteceu-me uma coisa engraçada. Recebi um sms que dizia assim “Oi …, bo ta lembrá d’mi? M’ mandá um msg pa bo Outlook. Um bijim. …”(1)
Claro que me lembrava… Viajei no tempo, voltei ao liceu, à minha adolescência. Tinha então menos que metade da idade que tenho agora. Ele fora o meu primeiro namoradinho (sorriso). Não durou muito tempo, depois cada um seguiu seu caminho, sua vida… Não passou de uns beijinhos inocentes, uns abraços meio desajeitados, a troca de alguns bilhetes, umas horitas na praça, a Praça Nova, lá em Soncent, onde íamos todos passear. Ai que saudades tenho daquela Praça, da minha adolescência, …
Como tinha-me encontrado? Soube onde eu estava, através de um antigo colega do liceu, durante uma viagem recente à Itália. Depois do regresso, num meio tão pequenino como o nosso, onde quase todo o mundo se conhece, não lhe foi difícil conseguir os meus contactos.
Respondi ao sms. Ligou-me, conversamos, um pouco sobre tudo, sobre nada em especial. Um desses dias, vamos tomar um cafezito. Vamos conversar certamente sobre aquele tempo esquecido, sobre a nossa adolescência, sobre a Praça Nova...
Aquela mesma Praça Nova onde, em criança, tantas vezes fiz a roda com outras menininhas da minha idade. Íamos todas arrumadinhas, vestidinho de saia rodada, sapatinhos pretos ou brancos (como os sapatos das bonecas de porcelana), meias de renda branca até os joelhos, tranças ou caracóis com fitas de cetim. Esperávamos ansiosas que a banda municipal (instalada no quiosque da praça) começasse a tocar e então, todas de mãos dadas, fazíamos uma enorme roda a dançar. E a praça, aquela praça, “a” praça, transformava-se num recanto mágico cheio de música, alegria e cores… Cheiros também, a pipocas acabadas de fazer e mancarra torrada (2) … Que saudades!!!

(1) “Oi …, lembras-te de mim? Mandei uma mensagem para o teu Outlook. Um beijo. …”
(2) Amendoim torrado

14 dezembro 2007

Essa sou eu




Essa sou eu. Sim, essa que está na foto! E hoje acordei assim, como na foto, pensativa, contemplativa, meio triste, um pouco abatida.
Há quase três semanas não venho cá ao meu cantinho por falta de tempo, por falta de palavras também. Há alturas assim. Parece que as palavras nos fogem e não conseguimos articular nada de jeito. Quando assim é não adianta insistir. Não insisti.
Mas hoje deu-me para voltar, ainda que com poucas palavras, sem nada de especial.
Andei por aí às voltas. De dia, entre o trabalho, os filhos, a casa, compras e compromissos sociais. De noite, na minha cama enorme, sem conseguir pregar olho. Às voltas entre a minha faceta feliz de mãe, meu lado de guerreira do dia-a-dia e o meu outro eu – um misto de menina travessa e mulher fatal, indomada, doce e selvagem. Xiiiiii, como essa última parte da frase soa mal!!! Decididamente, continua a não sair nada em condições.
Antes de continuar a escrever aqui, mesmo sendo este espaço meu e poder dar-me ao luxo de desbobinar aqui todos os disparates que me vêem à mente, tenho que me encontrar primeiro. Ando à deriva, perdida, algures no meio de um enorme vazio. Sei donde parti, sei muito bem onde quero chegar, só não descobri ainda como. Perdi a bússola. Logo à noite, vou seguir o conselho de um amigo muito querido, vou procurar Vénus, ela saberá como me orientar. Só espero não ser uma noite demasiado nebulada. Sim, porque com a onda negativa que me vem perseguindo de há uns tempos para cá, é quase que certo até as estrelas (e o planeta Vénus) se esconderem de mim.