24 fevereiro 2009

A carta que a Inês não escreveu


Esta é a carta que a Inês rasgou! A carta que a inês meteu no caixote do lixo! Melhor, é a carta que ela nem sequer chegou a escrever. É a carta que ele não merecia, não merece, nunca vai receber.
Lembram-se dela? Da Inês. A romântica incorrigível que se deixou seduzir pelo namoradinho da juventude. Pois é...
Na altura, ela até decidiu que estava tudo acabado, mas entre decidir e cumprir... Enfim!
Acontece que ele não respeitou nem aceitou a decisão da Inês. Telefonava-lhe com frequência, insistia em que se vissem, que fossem tomar um café. Ela queria preservar, pelo menos, a amizade. Mas não dava. De cada vez que se encontravam, ele falava em coisas que a incomodavam muito. Ela não queria, não podia voltar a repetir os mesmos erros. Decidiu afastar-se. Mas, naquela manhã de Sábado, ele ligou, do móvel, ela atendeu..."Olha, abres a porta para mim?" Ela ficou muito irritada, tinha deixado claro que não o queria alí. Mas não podia deixá-lo na rua, não estava no feitio dela maltratar ninguém. Abriu a porta... Convidou-o a entrar, mostrando, no entanto, que não gostou da "surpresa". Foi para a cozinha preparar um café. Ele seguiu-a, agarrou-a, tentou beijá-la. Ela brigou, zangou-se... Mas ele não lhe deu ouvidos, carregou-a para o quarto. Ela sentiu-se profundamente ofendida, magoada, como podia ele querer algo que ela não queria mais...
Ele bem que tentou avançar... mas ela não o deixou. Acabaram discutindo e ela expulsou-o. Mandou-o sair da casa dela. Ao fazê-lo deu-se conta de que essa seria a única forma de o tirar também da vida dela.
Naquela manhã, pensou muito em tudo isso. Lamentou o facto de as coisas terem terminado assim e não de outra forma, mas olhou para o lado positivo - ACABOU!!!Passados muitos dias, pensou em escrever uma carta, sabia exactamente tudo o que iria escrever... mas desistiu da ideia. Ele não merecia isso. Não deu certo entre eles. O que ele pretendia era manter essa amante dócil, apaixonada, disponível... e ao mesmo tempo a "vidinha oficial". Ela sabia ter tomado a decisão certa e sentia um enorme alívio por ter conseguido sair do pesadelo. Lembrou-se, com um sorriso nos lábios, que quando uma porta se fecha, várias outras se abrem à nossa frente.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Inês sempre foi uma guerreira, mesmo que isso custa-se sacrificios, uma verdadeira mulher de arma.
Bjs do Negão.